terça-feira, 8 de janeiro de 2013

As chuvas podem voltar com mais força em Goiás em Janeiro.


O mês de dezembro de 2012 foi um dos mais quentes dos últimos anos, com temperaturas de até 3°C acima da média no Estado de Goiás.  Em certas localidades do Estado os termômetros ficaram até 5 °C acima da média. Este calor todo e a diminuição drástica das chuvas foram devido ao avanço de uma massa quente e seca oriunda do Nordeste Brasileiro. Em altos níveis formou-se um Vórtice Anticiclônico (VCAN) que costuma ter suas bordas no oeste da Bahia, gerando instabilidade para o oeste e tempo ensolarado para o leste do Nordeste Brasileiro. Neste ano o VCAN que estava no Nordeste, formado em dezembro, adentrou mais para o oeste e deixando o tempo ensolarado no centro-leste da região Centro Oeste. Outros fatores que contribuíram para o menor índice de pluviosidade foram à diminuição de episódios ZCOU e ZCAS, muito comum nesta época do ano. As direções dos ventos e condições de umidade não estavam favoráveis ao transporte de umidade. A Alta da Bolívia (Anticiclone em Altos Níveis) geralmente atua com força sobre Goiás no mês de dezembro, neste ano a sua atuação foi mais tímida e estava deslocada do seu padrão climatológico. Todos os fenômenos da época estavam adversos resultando em má distribuição de chuva no estado de Goiás, ficando apenas por conta do aquecimento atmosférico e umidade disponível que é comum para esta época do ano, trazendo apenas chuvas e trovoadas isoladas mal distribuídas no tempo e no espaço, intercalado com dias ensolarados e muito quentes, uma vez que os raios do Sol, neste período, incidem diretamente sobre estas latitudes. Portanto tivemos chuvas abaixo da média em todo estado de Goiás, onde na maior parte das regiões não superou 180 mm mensais (em muitas localidades abaixo de 100 mm), sendo que a média fica na faixa de 270 e 320 mm.

As chuvas tendem a vir com mais força em grande parte de Goiás nos próximos dias de Janeiro, devido à formação de um corredor de umidade entre a Amazônia e o Centro Oeste do Brasil. Temos aí uma situação de chuvas mais frequentes, podendo chover a qualquer hora do dia. Em certos períodos elas podem ser fortes e acompanhadas de rajadas de vento. Há possibilidade de trovoadas.

De acordo com os modelos numéricos para os próximos 7 a 10 dias, terão chuvas acima da média em quase todo estado; a exceção é o extremo leste de Goiás e alguns pontos do nordeste goiano. No extremo leste do estado às chuvas devem se comportar dentro dos padrões climáticos ou ligeiramente abaixo. Já em alguns pontos no nordeste goiano, ainda persistem anomalias negativas, ou seja, chuva abaixo do esperado.

Olhando para um prazo maior de 7 a 15 dias (com confiabilidade menor), o estado de Goiás estará passando por duas situações ou condições climáticas que se dividem em dois cenários: No centro-oeste a tendência é de que as chuvas se distribuem dentro da média, porém de forma irregular no tempo e no espaço. Já na metade leste, voltam às irregularidades na precipitação com aumento de dias de sol e volumes ligeiramente abaixo do esperado. No nordeste goiano, segundo os modelos numéricos persistem condições de chuva abaixo da média histórica.

Apesar dos modelos numéricos mostrarem desta maneira, as situações chuvosas podem atrasar ou adiantar um pouco além do intervalo prognosticado. Sempre vai depender da dinâmica das massas de ar estabelecidas pela atmosfera. No geral, os modelos numéricos globais e suas análises têm trazidos acertos satisfatórios, com probabilidade menor de erros. Lembrando quando se trata de modelos e prognósticos de tempo e clima, estamos trabalhando no campo das probabilidades e possibilidades, e não no campo das certezas.

Em Goiânia, capital de Goiás, as chuvas devem voltar com mais força, podendo ter trovoadas fortes e rajadas de vento. Os modelos apontam para o aumento das chuvas entre os próximos dias e o médio prazo. Segundo o Modelo Global os próximos 7 dias a 10 dias, a capital pode enfrentar chuvas um pouco acima do esperado. As temperaturas máximas podem entrar em ligeiro declínio nos próximos, devido a maior cobertura de nuvens nas horas mais quentes. As noites ainda devem continuar abafadas.

É bom ressaltar que são tendências climáticas sujeitas a alterações e a complexidade da atmosfera. Portanto, as condições do tempo estão sujeito a alterações. De acordo com surgimento de novas variáveis. Portanto, temos uma tendência do tempo e do clima e não uma precisão do tempo e do clima.

Prognóstico  de precipitação do Modelo GFS para o estado de Goiás

Próximos 07 dias

Região
Valores Mínimos (mm)
Valores Máximos (mm)
Norte
75
100
Nordeste
20
50
Centro
100
150
Oeste
150
175
Sul
75
100
Sudoeste
100
150
Sudeste
75
100
Leste
50
125

 Elder Barretto


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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Verão Goiás – 2013



A estação do Verão em Goiás é a mais chuvosa. As temperaturas são elevadas, com grande concentração de umidade, muita nebulosidade e características de tempo abafado. Os meses que compreendem Novembro a Março são chuvosos e com alto valor de precipitação. É neste período que cai a maior quantidade de precipitação no estado. As chuvas são intensas, em forma de aguaceiros ou pancadas fortes de curta duração. Nesta época se propagam grandes áreas de instabilidade provocando chuvas fortes, intensas trovoadas, chance de granizo e rajadas de ventos fortes. Também é muito comum nesta estação ocorrerem períodos de estiagens e veranicos, ou seja, vários dias com ausência de precipitação ou com chuva insuficiente, bem como tempo ensolarado e muito calor. É no verão goiano que atua a Zona de Convergência de Umidade, responsável por episódios chuvosos sobre o estado, sendo que persistido por mais de quatro dias evolui para o fenômeno ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul). Este sistema, muitas vezes, se associa às frentes frias que praticamente se estacionam no Sudeste do Brasil, alimentando o estado de Goiás com vários dias chuva intensa ou contínua. Estas características citadas variam de ano para ano, ou por um ciclo de anos. Há anos com períodos mais chuvosos no estado e outros com chuvas irregulares e menos chuvosos, mas girando em torno de uma curva bem característica que sustenta o clima tropical semiúmido.

Outro sistema atuante sobre o estado de Goiás, principalmente na primeira fase do verão, é Alta da Bolívia. Um sistema de alta pressão em alto níveis, que se desloca para a região Centro Oeste do Brasil, estimulando a convecção na região. Este sistema provoca grandes aguaceiros convectivos no estado nos meses de Dezembro a meados de Fevereiro. Estes aguaceiros podem ocorrer entre o final da manhã e parte da noite, pois neste período as nuvens convectivas estão em alto grau de desenvolvimento e atuação.

Tendência:

Para o verão 2013, no estado de Goiás, os prognósticos apontam para a continuação da irregularidade das chuvas no tempo e no espaço. Portanto, haverá períodos de chuvas mais intensas ou dias chuvosos, intercalados com períodos de tempo mais aberto e pouca chuva; ou estiagem. Os modelos climáticos não apontam para um verão extremamente chuvoso ou com chuvas contínuas ou intermitentes.

A tônica da estação será com fortes pancadas de chuva, acompanhadas de trovoadas, principalmente no período da tarde e parte da noite. Estas chuvas estarão mal distribuídas no tempo e no espaço. Devido à irregularidade de chuvas, pode causar apreensão nos setores agropecuários do estado. Pois algumas regiões do estado tende haver escassez de chuva em certos períodos da estação. Logo não se descarta estiagens e veranicos. O sudeste e parte do leste goiano tende sofrer com esta irregularidade de precipitação nos próximos meses.

Mesmo com as irregularidades na precipitação de forma temporal e espacial, a curva de chuvas nos meses de verão deve ficar entre a categoria ligeiramente abaixo da normal a dentro da normal climatológica. Devido a essas anomalias ou flutuações positivas e negativas da precipitação ao longo dos próximos meses, vai dar a impressão de que estará chovendo bem menos que o esperado. Pois os valores pluviométricos tenderão se concentrar em alguns períodos e faltar em outros.

Do ponto de vista da temperatura, elas estarão acima da média nos próximos meses, sujeito a ondas de calor. As madrugadas estarão bem abafadas, dando sensação de incômodo e de noites mal dormidas. Fará muito calor no norte, noroeste, centro e oeste do estado.

A distribuição maior de precipitação poderá estar nos extremos geográficos norte e sul do estado de Goiás.

Segundo os modelos climáticos, poderemos ter um verão de extremos. As condições mais agudas do tempo devem ser acompanhadas por prognósticos de curto prazo que refletem com mais precisão a realidade. Com isto o leitor deve acompanhar os boletins meteorológicos e alertas emitidos pelos Centros Oficias de Meteorologia.
Em Goiánia, o volume de chuvas ficará abaixo da média, principalmente na primeira metade da estação. As chuvas tendem a convergir para a média na segunda metade da estação. São esperados "pancadões" de final de tarde com trovoadas, e muitas vezes com volumes significativos de chuva, devido ao aquecimento e a umidade disponível na atmosfera. As chuvas estarão acompanhadas de descargas elétricas (raios), ventania e possibilidade de granizo. Chance de temporais violentos. As temperaturas estarão acima da média.

Elder Barretto






Fonte:Cptec - Modelo Eta

Os modelos acima apontam para um trimestre com chuvas abaixo da média climatológica, principalmente em áreas do norte de Goiás. Enquanto que áreas do sudoeste as chuvas devem ficar dentro do esperado para o trimestre. (lembrando que os modelos são voláteis e dinâmicos, sujeito a alterações de acordo com a dinâmica da atmosfera - para isto é necessário acompanhar prognósticos de curto e médio prazo emitidos por institutos oficiais de meteorologia)




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