segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Prognóstico de Primavera (2012) para o Estado de Goiás


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Caracterização:

A primavera em Goiás é marcada pela transição de um período seco para um período chuvoso. Geralmente as chuvas abundantes e frequentes ocorrem a partir do último decêndio de outubro. Novembro e dezembro já são marcados pelo estabelecimento do período chuvoso no estado. Do ponto de vista climatológico da precipitação as chuvas se distribuem em média de 50 mm em setembro, 150 mm em outubro, 230 mm em novembro. Portanto, há um incremento gradativo da estação das chuvas.

Quanto ao comportamento da temperatura, esses meses são marcados normalmente por picos máximos de temperatura. É considerado o trimestre mais quente do ano no estado. De maneira esporádica, no inicio da estação, ocorre alguma incursão de ar frio no sul e sudoeste do estado, promovendo declínio de temperatura. Geralmente estas incursões não duram mais que 48 horas.

Os três meses primaveris são marcados por tempo instável, virada repentina de tempo, ocorrência de fortes temporais entre o fim da tarde e durante á noite, devido às condições favoráveis de temperatura e umidade. 

É muito comum a formação e propagação de grandes áreas de instabilidade durante a noite e madrugada. Geralmente elas se propagam de noroeste para sudeste ou de oeste para leste. Estas áreas podem ser responsáveis por volumes significativos de chuva. Na primavera também ocorre trovoadas intensas, devido aos altos índices de instabilidade da atmosfera. Há anos que a incidência de descargas elétricas (raios) é bem maior nas regiões goianas.

Geralmente a partir de outubro aumenta o transporte de umidade oriundo da Amazônia, com o deslocamento da massa de ar equatorial continental, de natureza quente e úmida. Ao se deslocar mais para o sul, ela proporciona um canal de umidade entre a Amazônia e o estado, muitas vezes se associa a frentes frias de caráter semi-estácionaria, que se deslocam pelo sudeste do país. O estabelecimento do canal de umidade favorece a criação de uma Zona de Convergência de Umidade, com propagação de noroeste para sudeste, sendo responsável por volumes elevados de chuva. A persistência deste canal de umidade por vários dias culmina na formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). A ZCAS tem atuação com maior certeza a partir do inicio de novembro. Ela também é responsável por acumulados elevados e dias seguidos de chuva.

Prognóstico de Primavera:

Chuva: A primavera em Goiás será instável, com grande atividade elétrica (raios). As trovoadas devem ocorrer acima da média. Pois a atmosfera estará mais carregada e com índices de instabilidade bem mais favoráveis a ocorrência do fenômeno. Será um período onde os temporais estarão mais ativos do que o de costume.

De acordo com a distribuição e intensidade da chuva, neste período podem ocorrer chuvas intensas, acima de 75 mm em 24 horas. Elas estarão mal distribuídas no tempo e no espaço. Quanto ao volume, a precipitação deve ficar dentro da média.

Não se descarta ocorrência de estiagem (5 a 7 dias sem chuva) ou veranico (mais de 7 dias sem chuva com temperaturas elevadas)

Há possibilidade de ocorrência de granizo em áreas isoladas.

Temperatura: Os termômetros estarão marcando temperaturas acima da média em todas as regiões goianas. Haverá dias com altas temperaturas. São possíveis valores recordes anuais neste período, principalmente no oeste, noroeste e alguns setores do norte de Goiás.

O inicio da estação, terá temperaturas nos patamares normais. À medida que se for consolidando a estação haverá aumento de temperatura. Mais para o ultimo terço da estação a temperatura volta a ficar dentro dos padrões normais.

Ventos: os próximos meses podem ser marcados por ocorrência de ventanias e rajadas fortes de vento. Pois os mesmos serão componentes das tempestades que irão ocorrer. Os ventos estarão acima da média.

Conclusão: Os próximos meses no estado de Goiás serão com temperaturas acima da média, chuva dentro da normal climatológica, porém intensa e sujeito a trovoadas fortes, rajadas fortes de vento e queda de granizo. A precipitação estará mal distribuída no tempo e no espaço.


 
Fonte: CPTEC/INMET


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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Chuvas mais significativas no início da primavera

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Com a chegada da primavera as chances de chuvas significativas aumentam no estado de Goiás. Os modelos numéricos simulam chuva significativa nos próximos 8 dias. As pancadas de chuva serão acompanhadas de trovoadas e rajadas de vento, quebrando um ciclo de mais de dois meses sem chuva significativa.
Nas regiões do sul do estado, o modelo GFS, coloca chuva volumosa, devido as fortes áreas de instabilidade que poderão se formar. Estas áreas estarão associadas à passagem de uma frente fria. Com a chegada das chuvas significativas as temperaturas máximas devem diminuir, acabando com vários dias de muito calor. As madrugadas devem continuar abafadas.
Alguns prognósticos apontam para um mês de outubro com precipitação irregular no tempo e no espaço nas diferentes regiões goianas. Segundo esses modelos de médio prazo, as precipitações ficarão entre a categoria ligeiramente abaixo da normal climatológica e dentro da normal climatológica. As temperaturas estarão acima da média histórica.
Lembrando, quando se simula para um tempo mais longo, a volatilidade da previsão aumenta, por isso há necessidade acompanhar a dinâmica dos modelos, estando sempre informado, pois pode haver alterações.
 
Vamos usar esse blog para informar ao leitor as alteraçoes e condições climáticas elaboradas pelos diferentes institutos de meteorologia.
Abaixo segue a imagem mostra o prognóstico GFS para os próximos 8 dias
 
 
A próxima imagem do modelo GFS é para o período de 15 dias.
 
 
 
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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Chuvas isoladas põe fim a estiagem em Goiânia e parte de Goiás.


Depois de um dia quente, cheio de fumaça no ar, abafado e seco, as condições meteorológicas mudaram do meio da tarde para frente em Goiânia. Os índices de umidade aumentaram e houve desenvolvimento de nuvens de chuva sobre a cidade e Região Metropolitana. Observando os dados de radiossondagem da manhã, já dava indícios de mudança das condições atmosféricas, com possibilidade de chuva após as 15 horas.

Diante das condições favoráveis à chuva, tivemos relatos de chuva isolada nos setores do noroeste da cidade, bairro Jardim Goiás e chuviscos no Setor Pedro Ludovico. Através de imagens de radar e satélite, notou-se que a precipitação foi fraca, isolada e de curta duração. Nas estações meteorológicas da cidade não houve registro de chuva em seus pluviômetros.

Considerando a ocorrência destas primeiras chuvas, de natureza leve ou fraca, temos uma interrupção da estiagem. A última vez que choveu em Goiânia foi há quase 60 dias atrás. Sendo que foram chuvas de pouca intensidade. A última chuva com maior intensidade, acima de 10 mm, nas estações meteorológicas, ocorreu no dia 7 de junho.

A previsão do tempo para o final de semana em Goiânia e no estado de Goiás é de possibilidade de chuvas isoladas, devido ao aumento da umidade atmosférica e chances para formação de áreas isoladas de instabilidade. Os modelos numéricos não mostram chuvas de grande intensidade, apenas chuva fraca ou leve. Há possibilidade de ocorrer trovoadas. As maiores chances de chuva abrangente e de maior volume estão prognosticadas para depois do dia 21 de setembro.

A tabela abaixo mostra o período e a intensidade de chuva para os próximos 15 dias. Sendo que a escala varia de 0 a 5. A intensidade de chuva foi extraída dos modelos ETA, WRF e GFS.

15 a 20/09
21 a 25/09
25 a 30/09
Intensidade
1
2
3
4
5


Intensidade:

1 – Fraca

2 – Moderada

3 - Moderada tendendo a forte

4 – Forte

5 – muito forte ou anomalia.
A imagem de satélite mostra nuvens desenvolvidas sobre a região central de Goiás. Esta nuvens geram chuvas fracas, confirmadas pelo rada meteorológico.


fonte: CPTEC/INPE

 fonte: REDEMET/DCEA


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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Tarde de muito calor e aumento de nebulosidade em Goiás


Esta quarta feira foi de muito calor no estado de Goiás. Em vários municípios os termômetros chegaram perto de 40°C. É bom reafirmar que o motivo de tanto calor é devido ao estabelecimento de uma massa de ar de natureza continental; quente e seca.

A imagem de satélite, no setor visível, mostra muitas nuvens sobre o estado, principalmente no centro, sul e sudoeste goiano. Em algumas localidades do estado há nuvens mais desenvolvidas. Ainda não foi detectado presença de chuva.

Goiânia amanheceu com temperaturas elevadas, com mínimas na casa de 23 a 24°C em muitos setores da cidade (bem abafada, em meio a muita fumaça). Em setores quentes como o de Campinas, os termômetros chegaram a 39.5°C. A nebulosidade ficou variável ao longo dia, em meio a muito sol.  Através das últimas observações, o dia vai findando com algumas nuvens desenvolvidas sobre a cidade, localizadas na parte centro-sul da cidade.

As chances para ocorrência de chuvas nas próximas 24 horas são pequenas. Caso ocorrendo, elas tendem ser de fraca intensidade, com possível ocorrência de trovoada.  As chances de chuva vão aumentando a partir de 48 a 96 horas, segundo o modelo ETA. Em desacordo, o modelo WRF ainda não mostra chuva para a cidade; mostra apenas chances muito pequenas de chuva em pontos isolados do estado.

Dados de radiossondagem já mostraram aumento da instabilidade atmosférica nas últimas 36 horas. As projeções dos índices de estabilidade no perfil vertical também mostram valores de acordo com um tempo mais instável. No campo pressão atmosférica, tivemos uma queda substancial nos últimos três dias, que reforça condições para mudança de tempo. Tudo vai depender de mais algumas variáveis, como chegada de umidade e disponibilidade de água precipitável, para que o gatilho seja acionado e consequente formação de alguns núcleos de instabilidade.

Os próximos dias no estado de Goiás serão com muito calor, variação de nebulosidade, principalmente à tarde e a noite, com possibilidade de chuvas isoladas e possíveis trovoadas entre a tarde e a noite.
 
 
Fonte: CPTEC/INPE/DSA
 
  
A imagem abaixo é de uma simulação do modelo ETA para o dia 14/09 às 18 horas, hora de Brasilia, mostrando áreas com chuva sobre a região centro-sul de Goias. Probabilidade variando entre a faixa de 30 a 50%.
 
 

 
Fonte: WXBRASIL.NET
 
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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Os Modelos Numéricos estão contraditórios quanto ao início das chuvas em Goiás


Os modelos meteorológicos para o estado de Goiás estão conflitantes quanto à chegada das chuvas. Alguns modelos estão mais conservadores, simulando chuvas para depois do dia 19 de setembro – é o caso do GFS, WRF, MBAR e Cosmos. Já os modelos numéricos ETA e BRAMS prognosticam ocorrência de chuvas isoladas e de baixo volume nas próximas 36 horas a 72 horas. Portanto, a confiabilidade fica baixa em termos de previsão.

Dentro deste quadro bem dissonante, não está descartada a possibilidade de ocorrer chuvas isoladas em pontos isolados de alguns municípios goianos nos próximos dias. Pois os indicadores de instabilidade atmosférica mostram aumento das chances de ocorrer chuvas de fraca intensidade e ocasional.  No campo de 500 hpa já existe perturbação atmosférica..

Através de imagem do radar meteorológico já foi detectado chuva isolada ao norte do Distrito Federal, município de Planaltina de Goiás por volta das 15 UTC (11.09.2012). O importante agora é ir monitarando as condições do tempo, pois as chances estão aumentando para ocorrência chuva ocasional no período do curtíssimo prazo até as próximas 72 horas.

Geralmente esses modelos numéricos têm dificuldades de detectar ou ficam dissonantes quanto ao início das chuvas na região Centro Oeste, devido à carência de estações e dados meteorológicos de superfície, como do ar superior. Portanto, a precisão fica comprometida.

Lembrando, que a estação das chuvas começará propriamente dita e de forma mais abrangente à partir do dia 20 de setembro, no mais tardar início de outubro.
 
Fonte:Decea/CPTEC
 
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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Goiás e Região Metropolitana de Goiânia terão uma semana de muito calor.


Teremos uma semana de muito calor no estado de Goiás. Segundo prognósticos numéricos a temperatura pode passar de 40°C no noroeste e oeste goiano. Pode-se esperar uma semana bem quente em todo estado de Goiás.

Em Goiânia devido à atuação de uma forte massa de ar quente e seca, o calor poderá ser recorde do ano. Os termômetros podem bater a casa de 38°C, ou até registrar temperatura superior.

Segundo modelos numéricos de alta resolução, as regiões da cidade onde o calor será muito intenso: o oeste, região central e sudoeste da cidade. Para piorar a situação, além de dias quentes, a umidade relativa do ar estará com valores bem críticos. Os higrômetros podem registrar valores entre 10 e 15% nas horas mais quentes. A capital poderá entrar em estado de emergência.

De acordo com modelos matemáticos de curto prazo, ainda não há previsão de chuva para as próximas 72 horas no estado. Os próximos dias serão decisivos para a mudança da dinâmica das massas de ar. Caso não havendo alterações nas condições atmosféricas o tempo seco pode ser arrastar até o início da primavera astronômica (23/09).

Analisando as médias históricas dos últimos 30 anos e traçando a probabilidade estatística, a climatologia de setembro aponta para maior intensidade e volume de chuva geralmente no último decêndio de setembro. Em Goiás, nos dois últimos anos, registraram-se valores muito baixos de chuva no mês de setembro.

Segundo dados de modelos climáticos, sujeito a alterações, o mês de outubro poderá ter chuvas um pouco abaixo do esperado e temperaturas acima da média em várias regiões do estado de Goiás. As chuvas do próximo mês poderão ser irregulares no tempo e no espaço.
 
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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Os focos de incêndio aumentaram nestes meses secos em Goiás


 
Fonte: CPTE/MCT

Os meses de agosto e setembro são considerados tradicionalmente secos. Geralmente nesta época do ano uma massa de ar com características continentais, de natureza quente e seca domina o estado de Goiás. Com isto aumenta o risco de incêndio no estado, tanto de origem criminosa, por desatenção do cidadão ou por causas naturais. Nesta época do ano os índices de umidade são críticos, com valores nas horas mais quentes, inferiores a 20%, colocando a defesa civil e a população goiana em estado de alerta. Os índices de precipitação ainda são pequenos, com valores mensais inferiores a 50 mm, sendo que a maior parte destes valores se concentra no último decêndio de setembro.

Apesar do estado de Goiás não está passando por um período seco severo, à semelhança dos dois anos anteriores e de 2007 (pois tivemos chuvas significativas em junho e chuvas isoladas no mês de julho), o mês de agosto registrou focos de incêndios bem maiores em quantidade, se comparado ao ano passado. O período seco se tornará severo, caso a estiagem entre por todo o mês de outubro.  
 
FONTE: CPTEC/MCT

Os indicadores só apontam para amenização desta situação a partir do primeiro decêncio de outubro, quando realmente começa o período chuvoso no estado.

 
Fonte: CPTEC:INPE
Hoje tivemos uma situação de tempo seco e pouca nebulosidade sobre o estado, pois a circulação em níveis médios, com centro no sudoeste goiano não propiciou alteração nas condições de tempo. Os prognósticos ainda não mostram reversão da situação. As chances, historicamente aumentam a partir da segunda quinzena de setembro. Tudo vai depender do jogo das massas de ar e do estabelecimento de uma situação mais favorável ao transporte de umidade, causada por passagem de frente fria ou canalização de umidade provinda da Amazônia.

Concluindo: ainda teremos, nos próximos dias, tempo seco, muito sol, bastante calor e umidade relativa do ar em valores preocupantes (abaixo de 20% nas horas quentes). A tendência é favorável à ocorrência de incêndios em pastos, capoeiras, capões e matas de característica tropical, etc.

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domingo, 2 de setembro de 2012

Umidade relativa do Ar - Abaixo de 15% em Goiânia

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Goiânia e grande parte do Estado de Goiás estão em estado de alerta ou emergência em locais pontuais. Os valores de umidade serão críticos nas próximas 72 horas. As projeções que o os Modelos WRF e GFS fazem não são nada animadoras. Colocando a capital com 11% de umidade nas horas mais quentes. No estado os valores são projetados para a faixa de 10 a 20% nas horas mais quentes. Portanto são valores muito baixos para o conforto humano. Portanto, há necessidade seguir as recomendações da defesa civil e das autoridades médicas no sentido de se proteger. Tudo isso é devido ao fortalecimento de uma massa de ar quente e seca, que há dias vai dando as cartas no território goiano.
Ontem a capital goiana registrou o índice mais baixo do ano, em torno de 12% na região do setor Jaó, 14% no Aeroporto e 15% no centro da cidade. Nas áreas mais altas de Goiânia como a Serrinha e o Parque Amazônia os índices ficaram em torno de 19% e 17% respectivamente.

O gráfico abaixo mostra a tendência da umidade relativa do ar, para Goiânia, às 18 UTC, próximos 05 dias.
Setembro - 2012
 
A tendência é de termos dias bem secos neste mês de setembro, principalmente na primeira quinzena, onde geralmente as chances de chuva são bem pequenas. Vamos acompanhar o comportamento destes índices de umidade. No ano passado neste mesmo mês os índices caíram para uma situação recorde, onde nas horas mais quentes os higrômetros marcaram 8% em alguns bairros da cidade.

Não há previsão de chuvas para os próximos dias. O tempo deve continuar ensolarado, muito quente e seco em Goiás e na Capital Goiana. Continuando com estas configurações de tempo há também boas chances de termos os maiores registros de temperatura do ano ou quiçá aproximarmos a temperatura máxima de 2007, onde os termômetros registraram naquela época 39.2°C. Ontem foi dia mais quente do ano (36°C de máxima – no centro da cidade), mas a temperatura tenderá a subir ainda mais neste mês.  
 
Abaixo seguem os mapas de umidade relativa do ar às 15 horas para o estado de Goiás e Região Metropolitana de Goiânia, modelo WRF 15 km
 
 


 
 

 


 
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sábado, 1 de setembro de 2012

Balanço Climático - Mês de Agosto em Goiás


O mês de agosto terminou em Goiás com as suas características: quente e seca. Fazendo uma retrospectiva da climatologia mensal, houveram três períodos distintos ocorrido no estado.

O primeiro período (01-11/08) começou seco e com atuação moderada da circulação do ASAS (Anticlone do Atlântico Sul). Devido à passagem de uma massa polar por meados de julho; o ar subsidente que permaneceu na região foi se aquecendo e perdendo gradativa umidade. Com isto refletiu-se em temperaturas moderadamente quentes e ausência de chuvas neste período. Não houve aproximação de frentes frias, enquanto que valore baixos da umidade relativa do ar  colocou o Estado em estado de atenção.

O Segundo período (12 – 24/08) se comportou totalmente diferente no estado de Goiás. Pois se fortaleceu uma situação de bloqueio atmosférico no centro-norte do Sul do Brasil e região Sudeste, impedindo de vez alguma aproximação de frentes frias e massas polares ao sul do território goiano. Com este quadro era para que tivéssemos, a partir daí, um calorão imenso, uma vez que a massa subsidente estava já aquecida. Mas isto não ocorreu, devido à circulação do ASAS, que jogou ventos do quadrante leste-sudeste, impedindo o aumento das temperaturas. As temperaturas máximas não subiram tanto, ficando com valores abaixo da média histórica, enquanto as temperaturas mínimas se comportaram dentro da média e ligeiramente abaixo da média no leste goiano. O frio das madrugadas de agosto foi pela perda radiativa de calor noturno. Outro fator, ao se formar uma convergência de umidade no Espírito Santo e sul da Bahia, esses ventos úmidos chegaram ao centro-leste goiano (principalmente leste). Mas estes ventos não foram suficientes para desenvolvimento de nuvens de chuva, devido à adversidade dos parâmetros que regem o clima seco nesta estação. O importante é que a umidade relativa do ar acabou oscilando entre 35 e 45% nas horas mais quentes nos setores mais à leste; o normal seria estar entre 20 e 25%.

Alguns modelos numéricos em seus prognósticos até ensaiaram ocorrência de chuvisco ou chuva fraca em pontos bem isolados do setor oriental da região central e leste goiano. Só que acabou não acontecendo. O que ocorreu mesmo, com umidade elevada em 700 hpa, foi o aumento abundante de nuvens do tipo estratificada e estrato-cúmulos.

 Devido à circulação anticiclônica em superfície e em toda a coluna troposférica, os ventos passaram soprar de forma moderada, com rajadas fortes em períodos matutino e às vezes na madrugada. Situação típica de agosto do inverno goiano. No campo de pressão atmosférica esse período citado, ficou com valores altos e acima da média.

O terceiro período (25 – 31/08), devido ao enfraquecimento do bloqueio atmosférico no Sudeste do Brasil, e uma frente fria conseguir quebrar de forma parcial este bloqueio, chuvas isoladas de baixo volume ocorreram em pontos do leste e litoral da região sudeste. Portanto mudando a circulação anterior. Mas acabou por não adentrar o território goiano, apenas amenizando o extremo sul do estado com um ligeiro aumento de umidade e nebulosidade. O que ocorre, foi o recrudescimento do ar tropical de natureza quente e seca sobre o estado. A circulação em níveis médios da atmosfera se fortaleceu de forma anticiclônica que contribuiu com a diminuição da nebulosidade e o aumento considerável da temperatura por compressão adiabática. Tivemos um final de agosto com temperaturas máximas superiores a 32°C, sendo que o último dia do mês registrou-se a temperatura mais alta do mês. Em Goiânia os termômetros marcaram máxima de 35.3°C.

As perspectivas para os primeiros dez dias de setembro, ainda são de tempo seco e quente, circulação anticiclônica e pouca nebulosidade. Podemos ter recordes anuais de temperatura neste mês, devido ao fortalecimento da massa tropical continental, que ampliará seu raio de ação até Goiás. A umidade relativa do ar deverá continuar oscilando entre estado de atenção e estado de alerta. Não se descarta que em algumas tardes, a defesa civil venha decretar estado de emergência (quando os valores são muito críticos e abaixo de 12% nas horas mais quentes). As chances de ocorrer as primeiras chuvas aumentam a partir da segunda quinzena de setembro.

É bom lembrar que o mês de setembro, marca o inicio de uma nova estação; estação de transição (do período seco para o chuvoso). Pela climatologia do estado, baseado nos dados dos últimos 30 anos, a precipitação no estado gira em torno de 35 a 50 mm neste mês. Ou seja, o mês ainda é tradicionalmente seco. Quanto as temperaturas, elas são elevadas e geralmente se comportam como as mais elevadas do ano, dividindo o cenário com parte do mês de outubro. Há anos que ocorrem incursões de ar frio vindo do sul do Brasil entre 1 e 3 dias, dando uma refrescada, com temperatura baixas. Geralmente as temperaturas mínimas no estado e na capital goiana já são elevadas.

Nos últimos três anos não choveu no mês de agosto no estado. E as primeiras chuvas só deram as caras no finzinho de setembro e início de outubro. Gostaria de sempre reforçar: as massas de ar são muito dinâmicas, quando se passa de projeções acima de 7 dias o grau de previsão de tempo vai se tornando menos confiável. Mas dá para ter uma certa ideia de como o tempo dera se comportará, ainda mais se buscar analogias com estados de tempo e de clima no passado.

 
Abaixo o CPTEC fornece o mapa de anomalia de temperatura mínima. Olhando para o estado de Goiás, no centro-leste, os termômetros marcaram temperatura máxima abaixo da média, enquanto que no restante do estado as temperaturas ficaram dentro da normal climatológica
 
 
Do ponto de vista da temperatura média. Praticamente tivemos um coportamento dentro da média. Nas regiões oeste e sudoeste, os termômetros ficaram acima da média. As temperaturas só ficaram abaixo da média no setor ocidental do planalto central (microregião que compreende Anápolis, Goianápolis, Alexania, Silvânia, Pirenópolis, Abadiânia, Corumbá de Goias) e setor leste (entre Cristalina e Campo Alegre de Goias).
 
Fonte:CPTEC - Grupo de Climatologia
 
Do ponto de vista da temperatura mínima (mapa acima), houve apenas registro pontuais negativos em algumas localidades. A temperatura ficou dentro da normal climatológica em quase todo estado de Goiás.


No quesito precipitação o mapa acima mostra uma anomalia negativa em todo estado de Goiás. Nos dois anos anteriores também foi observado esta situação.

Elder

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