domingo, 24 de março de 2013

OUTONO 2013 NO ESTADO DE GOIÁS


Goiás é um estado que está na faixa tropical do planeta, portanto as características do outono propriamente dito são pouco sentidas aqui no estado. O que podemos falar desta nova estação que chegou, é que a mesma é caracterizada pela transição do período chuvoso para um período seco, muito comum nos meses de junho a setembro. Nós saímos de um total pluviométrico em torno de 250 milímetros/mês para um intervalo abaixo de 10 milímetros nos meses mais secos.
 Nesta fase de transição as massas quentes e úmidas oriundas da Amazônia se afastam para o norte (Equatorial Continental), dando espaço para o domínio da Massa Tropical Atlântica, que perde suas características úmidas e torna-se seca ao entrar em contato com o território Brasileiro. Massas de ar mais frias e secas também vão substituindo o ar quente e úmido no estado.  Fenômenos como Zona de Convergência do Atlântico Sul, Alta da Bolívia e propagação de fortes linhas de instabilidade desaparecem no outono goiano. Uma das características desta massa de ar (Massa tropical Atlântica) é o vento dominante de leste-sudeste (alísios), que chega seco ao estado, sendo responsável pelo tempo estável, nuvens de tempo bom, precipitação em níveis baixos e temperaturas elevadas durante o dia.
 Nos meses de outono, eventualmente ocorrem o surgimento de incursões de massas polares, que adentram o estado pelo sudoeste. Com estas incursões há o declínio acentuado de temperatura no centro-sul do estado, fenômeno que está associado à friagem que ocorre no oeste da região Centro Oeste. As noites frias de maio e junho estão mais relacionadas à perda de calor noturno por radiação e baixa umidade relativa do ar, do que por advecção de temperatura.
Do ponto de vista da precipitação, elas entram em gradativo declínio a partir de abril. Nos meses de maio e junho elas se transformam em chuvas escassas, que dependem de avanço pontual de frentes frias pelo extremo sul do território goiano.
OUTONO 2013.
Neste outono, de acordo com os modelos climáticos, astronômicos e parâmetros climatológicos entre outros fatores, teremos um clima típico da estação. Os dias, à medida que a estação se estabelece passam a ter diminuição de nebulosidade, mais ensolarados e diminuição acentuada de chuvas a partir do dia 20 de abril, com uma tendência a se antecipar. As noites irão registrar temperaturas mais amenas ou com tendência a frio nos meses de maio a meados de junho. Lembrando que o declínio de temperatura noturno se fará mais por perda radiativa de calor, do que por incursões de massas polares. O mês de Abril ainda será caracterizado por temperaturas elevadas durante à tarde. Nos meses de maio e junho podem haver incursões de massas polares ao sul e sudoeste do estado de Goiás.
De acordo com a climatologia goiana, as chuvas se comportarão dentro da média histórica, ou seja, com padrões pluviométricos em torno de 80 a 120 mm em Abril, com chances de anomalias em pontos isolados do estado. Em maio a precipitação deve girar em torno de 30 a 60 mm. Enquanto que em junho até o início do inverno, a pluviosidade deve variar entre 0 e 20 mm.
É bom acompanhar a previsão do tempo no curto prazo, pois pode haver alterações climáticas ou de tempo, onde os modelos de curto prazo captam com maior precisão, do que análises de prazo maior.
 
ELDER
 
copyright 2007 - 2013
 
FONTE E CRÉDTITOS: CPTEC/INMET

domingo, 3 de março de 2013

Chuvas irregulares em Fevereiro e Águas de Março


 
O mês de Fevereiro registrou chuvas abaixo da média histórica e temperaturas acima das normais climatológicas em grande parte do território goiano. O leste de Goiás enfrentou um veranico, ou seja, mais de 07 dias sem chuva e temperaturas superiores as médias históricas, prejudicando a agricultura em alguns municípios desta região.
As chuvas foram mais presentes, e caíram em maior quantidade em pontos esparsos dos municípios do sudoeste goiano.
Em Goiânia a chuva se comportou de maneira irregular ao longo deste mês. Portanto, mal distribuídas espacialmente pela cidade. Nos setores sul da cidade os volumes de chuva ficaram mais próximos à média histórica, enquanto que no centro e setores mais ao norte da capital tiveram chuvas abaixo da média. Na estação do centro da cidade (INMET) foram registrados 109,0 mm, e 15 dias de chuva neste mês de fevereiro. No setor Jaó, também chuvas abaixo da média, foram coletados 156 mm.
As anomalias de precipitação se deveram a circulação de ventos em médios de níveis no sentido anti-horário. Este sistema alimentou um centro de alta pressão posicionado no litoral norte do sudeste do Brasil com crista passando pelo norte de Minas Gerais, leste de Goiás e sudoeste da Bahia. O sistema atuou de forma inibidora na formação de centros profundos de convecção. O transporte de umidade vindos da Amazônia foi bloqueado e desviado para o oeste do Centro Oeste, contribuindo para a instabilidade na maior parte do Sul do Brasil e sul da região Sudeste.
Apenas no final de fevereiro que a configuração se enfraqueceu, dando lugar a formação de um corredor de umidade entre a região Amazônica e o estado de Goiás, trazendo de volta as pancadas localmente fortes de chuva, principalmente à tarde e parte da noite.

 
Acima prognóstico de chuva para o mês de Março de 2013
 
Águas de Março
O mês de março em Goiás é caracterizado por intensos temporais de final de tarde, devido à atividade máxima de células convectivas. Essas nuvens, que são frutos do aquecimento diurno, culminam em intensos aguaceiros, acompanhados de trovoadas. Em muitas localidades goianas se presenciam chuvas intensas acima de 50 mm em 24 horas. Geralmente as formações profundas de nuvens do tipo cumuliformes intumescidos ou bem desolvolvidos direcionam-se de norte para sul e ocasionalmente de sudeste para noroeste. A climatologia do mês aponta para chuvas em torno de 200 milímetros, sendo que os volumes são maiores no centro-norte de Goiás e abaixo de 200 milímetros no sudeste goiano.
Para março de 2013 ainda está previsto uma distribuição irregular no tempo e no espaço das chuvas. Os modelos numéricos, na sua maioria, apontam para um somatório de chuva no intervalo de 100 mm a 150 mm. O modelo GFS prognostica chuva abaixo da média no nordeste, sul e sudeste goiano, reforçando a má distribuição das mesmas. A temperatura deve se comportar acima da média. Outros modelos são mais otimistas, com chuvas girando no intervalo de 150 a 200 mm.
Portanto, teremos um mês quente e com temporais convectivos no período da tarde e parte da noite. Devido ao forte aquecimento e condições adversas do tempo, não se descartam ventos fortes e queda de granizo em áreas isoladas.
 
Elder