O mês de outubro foi considerado um
mês bem quente, ao analisar os últimos 51 anos em Goiânia. Assemelhando-se aos
anos de 2002, 2005 e 2007. Na década de 60, do século anterior, tivemos “outubros”
quentes como de 1961 e 1963.
Neste mês que passou tivemos
anomalias positivas quanto à temperatura, ultrapassando 3°C acima da média na capital
e estado de Goiás. Descrevendo o mês, foram dois momentos acentuados: um foi
registrado no primeiro decêndio do mês, onde as temperaturas ultrapassaram os
40 °C no oeste, noroeste e norte do estado. O outro pico máximo ocorreu nos
seis últimos dias de outubro, onde os termômetros voltaram a bater recordes,
superando os 40°C. Em algumas localidades de Goiás registraram-se temperaturas
acima de 42°C durante à tarde. Em Goiânia a temperatura máxima absoluta do mês
ficou em 38.6°C, inferior aos 38.9°C de setembro, quando foi a máxima do ano de
2012.
Outro vilão meteorológico foi à
extrema baixa umidade relativa do ar, que ficou com valores medíocres no
primeiro decêndio do mês. No balanço geral o mês fechou com anomalias negativas
quanto ao quesito umidade em Goiás, ou seja, foi um mês considerado seco
para os padrões.
As chuvas no estado de Goiás se
comportaram de forma irregular, localizada e abaixo da média, conforme
prognosticado aqui neste blog em posts anteriores. Estas chuvas foram acompanhadas
de trovoadas com rajadas fortes de vento, mas mal distribuídas no tempo e no
espaço. Geralmente a precipitação no estado varia entre 100 e 180 mm no mês de
outubro. Este ano ela ficou na faixa de 50 a 70 mm.
As causas para tais anomalias
estão relacionadas com o recrudescimento da Massa Tropical Continental, de
característica quente e seca. Esta massa com domicílio no Chaco avançou para o
centro oeste e sudeste do Brasil. Nos níveis médios e superiores da atmosfera a
circulação era anticiclônica, que impedia o desenvolvimento de nuvens de chuva,
e a convecção do ar provindo da superfície. Quando havia convecção, esse
desenvolvimento vertical era tímido e localizado, portanto não favorecendo a
formação de áreas de instabilidade abrangentes e formação de linhas de
instabilidade muito comuns no segundo e terceiro decêndio de outubro. Outro
fator é o atraso da formação do canal de umidade entre a Amazônia e o Centro
Oeste (ZCOU), que geralmente começa a atuar após 10 de outubro. A partir de
Novembro a ZCOU evolui para episódios de ZCAS, onde é responsável pelo alto
volume de chuvas no estado.
Mesmo ocorrendo estes fatores
anômalos ou oscilantes da atmosfera, está dentro de um ciclo climático normal
para o estado, pois o clima se dinamiza entre períodos mais quentes e secos e
anos que são mais chuvosos no território goiano. O jogo de massas de ar pelo
estado se faz de forma dinâmica a cada ano, mas seguindo padrões climáticos,
muitas vezes em forma de ciclos, mas com variantes.
Apesar das anomalias, o território
goiano e a capital registraram temporais localizados fortes, com chuvas de mais
de 50 mm em algumas estações meteorológicas, rajadas fortes de vento, granizo
isolado, surtos de trovoadas intensas. Enfim condições características de um
clima tropical na sua fase (face) úmida.
Acima mapa climatológico mês de outubro estado de Goiás - média 30 anos
Fonte: Agritempo
Elder
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