As massas de ar polar não incursionam sobre o
estado de Goiás com muita frequência, devido a diversos fatores que poderão ser relacionados:
Tropicalidade
RelevoLatitude
Geralmente as massas de ar com
características polares e de intensidade forte são advindas do continente Antártico. O
seu percurso é da direção sudoeste para nordeste. Sendo que no sudoeste e parte do sul goiano o
impacto é maior, devido ao favorecimento do relevo (mais baixo) permitindo
maior circulação. Outro fator seria o posicionamento latitudinal da região
(mais ao sul e mais próximo aos sistemas transientes de alta pressão).
Estas invasões polares de grande intensidade
costumam chegar até o norte do estado, permitindo também o declínio de
temperatura. Já na metade centro-sul, o comportamento das temperaturas é de
declínio acentuado.
Podemos ressaltar também que as geadas no
sudoeste e sul do estado não são frequentes. Elas ocorrem de forma ocasional e
de maneira esporádica no tempo e no espaço.
O que é mais frequente no sudoeste goiano são
invasões de massa de ar frio oriundo do sul do Brasil, mas com características
fracas a moderadas, portanto não atingindo a maior parte de Goiás.
O quadro abaixo vai ilustrar estatisticamente
a média de massas polares intensas no período mais frio no estado de Goiás.
É bom ressaltar que Agosto e Setembro são tradicionalmente
quentes no território Goiano, mas não impede certa ocorrência de algumas incursões
polares em alguns anos, principalmente quando o inverno é tardio no Brasil.
Outro fator é quanto à durabilidade das
massas polares em Goiás: elas não são de se estender além de uma semana. Já o
ar polar de menor intensidade influencia nas temperaturas por no máximo 48
horas.
Massas polares intensas sobre o Estado de
Goiás
Ano
|
Maio
|
Junho
|
Julho
|
Agosto
|
Setembro
|
Quente
|
0
|
0
|
0 e 1
|
0
|
0
|
Normal
|
1
|
1
|
1
|
1
|
0
|
Frio
|
2
|
2
|
2
|
1
|
1
|
Fazendo um adendo, as baixas temperaturas em
parte do centro, leste, sul, sudeste e sudoeste goiano e regiões altas do
planalto central nos meses mais frios são decorrentes da perda radiativa de
calor noturno. Portanto, o frio propagado por advecção é mais raro em Goiás.
Os mapas ilustrados abaixo não mostram o impacto das massas polares no estado goiano. Mostra apenas a dinâmica das temperaturas médias mínimas nos meses de abril a setembro.
Concluindo esta pequena avaliação:
Estamos num estado federativo cujo inverno é
de característica quente e seca quando temos atuação anticiclonica em altos
níveis alimentando a massa de ar tropical continental, permitindo a compressão
adiabática. A outra situação, é quando ocorrem temperaturas no intervalo de ligeiramente baixas as amenas, na atuação do Anticiclone
do Atlântico Sul (ASAS). Isto ocorre quando este anticiclone está posicionado mais próximo ao litoral do
sudeste. Logo, podem ocorrer as duas situações no período do inverno goiano. Mesmo
com o frio da madrugada, em parte de Goiás, nos meses mais frios, a tropicalidade
é dominante.
Elder Barreto
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