domingo, 24 de março de 2013

OUTONO 2013 NO ESTADO DE GOIÁS


Goiás é um estado que está na faixa tropical do planeta, portanto as características do outono propriamente dito são pouco sentidas aqui no estado. O que podemos falar desta nova estação que chegou, é que a mesma é caracterizada pela transição do período chuvoso para um período seco, muito comum nos meses de junho a setembro. Nós saímos de um total pluviométrico em torno de 250 milímetros/mês para um intervalo abaixo de 10 milímetros nos meses mais secos.
 Nesta fase de transição as massas quentes e úmidas oriundas da Amazônia se afastam para o norte (Equatorial Continental), dando espaço para o domínio da Massa Tropical Atlântica, que perde suas características úmidas e torna-se seca ao entrar em contato com o território Brasileiro. Massas de ar mais frias e secas também vão substituindo o ar quente e úmido no estado.  Fenômenos como Zona de Convergência do Atlântico Sul, Alta da Bolívia e propagação de fortes linhas de instabilidade desaparecem no outono goiano. Uma das características desta massa de ar (Massa tropical Atlântica) é o vento dominante de leste-sudeste (alísios), que chega seco ao estado, sendo responsável pelo tempo estável, nuvens de tempo bom, precipitação em níveis baixos e temperaturas elevadas durante o dia.
 Nos meses de outono, eventualmente ocorrem o surgimento de incursões de massas polares, que adentram o estado pelo sudoeste. Com estas incursões há o declínio acentuado de temperatura no centro-sul do estado, fenômeno que está associado à friagem que ocorre no oeste da região Centro Oeste. As noites frias de maio e junho estão mais relacionadas à perda de calor noturno por radiação e baixa umidade relativa do ar, do que por advecção de temperatura.
Do ponto de vista da precipitação, elas entram em gradativo declínio a partir de abril. Nos meses de maio e junho elas se transformam em chuvas escassas, que dependem de avanço pontual de frentes frias pelo extremo sul do território goiano.
OUTONO 2013.
Neste outono, de acordo com os modelos climáticos, astronômicos e parâmetros climatológicos entre outros fatores, teremos um clima típico da estação. Os dias, à medida que a estação se estabelece passam a ter diminuição de nebulosidade, mais ensolarados e diminuição acentuada de chuvas a partir do dia 20 de abril, com uma tendência a se antecipar. As noites irão registrar temperaturas mais amenas ou com tendência a frio nos meses de maio a meados de junho. Lembrando que o declínio de temperatura noturno se fará mais por perda radiativa de calor, do que por incursões de massas polares. O mês de Abril ainda será caracterizado por temperaturas elevadas durante à tarde. Nos meses de maio e junho podem haver incursões de massas polares ao sul e sudoeste do estado de Goiás.
De acordo com a climatologia goiana, as chuvas se comportarão dentro da média histórica, ou seja, com padrões pluviométricos em torno de 80 a 120 mm em Abril, com chances de anomalias em pontos isolados do estado. Em maio a precipitação deve girar em torno de 30 a 60 mm. Enquanto que em junho até o início do inverno, a pluviosidade deve variar entre 0 e 20 mm.
É bom acompanhar a previsão do tempo no curto prazo, pois pode haver alterações climáticas ou de tempo, onde os modelos de curto prazo captam com maior precisão, do que análises de prazo maior.
 
ELDER
 
copyright 2007 - 2013
 
FONTE E CRÉDTITOS: CPTEC/INMET

domingo, 3 de março de 2013

Chuvas irregulares em Fevereiro e Águas de Março


 
O mês de Fevereiro registrou chuvas abaixo da média histórica e temperaturas acima das normais climatológicas em grande parte do território goiano. O leste de Goiás enfrentou um veranico, ou seja, mais de 07 dias sem chuva e temperaturas superiores as médias históricas, prejudicando a agricultura em alguns municípios desta região.
As chuvas foram mais presentes, e caíram em maior quantidade em pontos esparsos dos municípios do sudoeste goiano.
Em Goiânia a chuva se comportou de maneira irregular ao longo deste mês. Portanto, mal distribuídas espacialmente pela cidade. Nos setores sul da cidade os volumes de chuva ficaram mais próximos à média histórica, enquanto que no centro e setores mais ao norte da capital tiveram chuvas abaixo da média. Na estação do centro da cidade (INMET) foram registrados 109,0 mm, e 15 dias de chuva neste mês de fevereiro. No setor Jaó, também chuvas abaixo da média, foram coletados 156 mm.
As anomalias de precipitação se deveram a circulação de ventos em médios de níveis no sentido anti-horário. Este sistema alimentou um centro de alta pressão posicionado no litoral norte do sudeste do Brasil com crista passando pelo norte de Minas Gerais, leste de Goiás e sudoeste da Bahia. O sistema atuou de forma inibidora na formação de centros profundos de convecção. O transporte de umidade vindos da Amazônia foi bloqueado e desviado para o oeste do Centro Oeste, contribuindo para a instabilidade na maior parte do Sul do Brasil e sul da região Sudeste.
Apenas no final de fevereiro que a configuração se enfraqueceu, dando lugar a formação de um corredor de umidade entre a região Amazônica e o estado de Goiás, trazendo de volta as pancadas localmente fortes de chuva, principalmente à tarde e parte da noite.

 
Acima prognóstico de chuva para o mês de Março de 2013
 
Águas de Março
O mês de março em Goiás é caracterizado por intensos temporais de final de tarde, devido à atividade máxima de células convectivas. Essas nuvens, que são frutos do aquecimento diurno, culminam em intensos aguaceiros, acompanhados de trovoadas. Em muitas localidades goianas se presenciam chuvas intensas acima de 50 mm em 24 horas. Geralmente as formações profundas de nuvens do tipo cumuliformes intumescidos ou bem desolvolvidos direcionam-se de norte para sul e ocasionalmente de sudeste para noroeste. A climatologia do mês aponta para chuvas em torno de 200 milímetros, sendo que os volumes são maiores no centro-norte de Goiás e abaixo de 200 milímetros no sudeste goiano.
Para março de 2013 ainda está previsto uma distribuição irregular no tempo e no espaço das chuvas. Os modelos numéricos, na sua maioria, apontam para um somatório de chuva no intervalo de 100 mm a 150 mm. O modelo GFS prognostica chuva abaixo da média no nordeste, sul e sudeste goiano, reforçando a má distribuição das mesmas. A temperatura deve se comportar acima da média. Outros modelos são mais otimistas, com chuvas girando no intervalo de 150 a 200 mm.
Portanto, teremos um mês quente e com temporais convectivos no período da tarde e parte da noite. Devido ao forte aquecimento e condições adversas do tempo, não se descartam ventos fortes e queda de granizo em áreas isoladas.
 
Elder

 

 

 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

As chuvas podem voltar com mais força em Goiás em Janeiro.


O mês de dezembro de 2012 foi um dos mais quentes dos últimos anos, com temperaturas de até 3°C acima da média no Estado de Goiás.  Em certas localidades do Estado os termômetros ficaram até 5 °C acima da média. Este calor todo e a diminuição drástica das chuvas foram devido ao avanço de uma massa quente e seca oriunda do Nordeste Brasileiro. Em altos níveis formou-se um Vórtice Anticiclônico (VCAN) que costuma ter suas bordas no oeste da Bahia, gerando instabilidade para o oeste e tempo ensolarado para o leste do Nordeste Brasileiro. Neste ano o VCAN que estava no Nordeste, formado em dezembro, adentrou mais para o oeste e deixando o tempo ensolarado no centro-leste da região Centro Oeste. Outros fatores que contribuíram para o menor índice de pluviosidade foram à diminuição de episódios ZCOU e ZCAS, muito comum nesta época do ano. As direções dos ventos e condições de umidade não estavam favoráveis ao transporte de umidade. A Alta da Bolívia (Anticiclone em Altos Níveis) geralmente atua com força sobre Goiás no mês de dezembro, neste ano a sua atuação foi mais tímida e estava deslocada do seu padrão climatológico. Todos os fenômenos da época estavam adversos resultando em má distribuição de chuva no estado de Goiás, ficando apenas por conta do aquecimento atmosférico e umidade disponível que é comum para esta época do ano, trazendo apenas chuvas e trovoadas isoladas mal distribuídas no tempo e no espaço, intercalado com dias ensolarados e muito quentes, uma vez que os raios do Sol, neste período, incidem diretamente sobre estas latitudes. Portanto tivemos chuvas abaixo da média em todo estado de Goiás, onde na maior parte das regiões não superou 180 mm mensais (em muitas localidades abaixo de 100 mm), sendo que a média fica na faixa de 270 e 320 mm.

As chuvas tendem a vir com mais força em grande parte de Goiás nos próximos dias de Janeiro, devido à formação de um corredor de umidade entre a Amazônia e o Centro Oeste do Brasil. Temos aí uma situação de chuvas mais frequentes, podendo chover a qualquer hora do dia. Em certos períodos elas podem ser fortes e acompanhadas de rajadas de vento. Há possibilidade de trovoadas.

De acordo com os modelos numéricos para os próximos 7 a 10 dias, terão chuvas acima da média em quase todo estado; a exceção é o extremo leste de Goiás e alguns pontos do nordeste goiano. No extremo leste do estado às chuvas devem se comportar dentro dos padrões climáticos ou ligeiramente abaixo. Já em alguns pontos no nordeste goiano, ainda persistem anomalias negativas, ou seja, chuva abaixo do esperado.

Olhando para um prazo maior de 7 a 15 dias (com confiabilidade menor), o estado de Goiás estará passando por duas situações ou condições climáticas que se dividem em dois cenários: No centro-oeste a tendência é de que as chuvas se distribuem dentro da média, porém de forma irregular no tempo e no espaço. Já na metade leste, voltam às irregularidades na precipitação com aumento de dias de sol e volumes ligeiramente abaixo do esperado. No nordeste goiano, segundo os modelos numéricos persistem condições de chuva abaixo da média histórica.

Apesar dos modelos numéricos mostrarem desta maneira, as situações chuvosas podem atrasar ou adiantar um pouco além do intervalo prognosticado. Sempre vai depender da dinâmica das massas de ar estabelecidas pela atmosfera. No geral, os modelos numéricos globais e suas análises têm trazidos acertos satisfatórios, com probabilidade menor de erros. Lembrando quando se trata de modelos e prognósticos de tempo e clima, estamos trabalhando no campo das probabilidades e possibilidades, e não no campo das certezas.

Em Goiânia, capital de Goiás, as chuvas devem voltar com mais força, podendo ter trovoadas fortes e rajadas de vento. Os modelos apontam para o aumento das chuvas entre os próximos dias e o médio prazo. Segundo o Modelo Global os próximos 7 dias a 10 dias, a capital pode enfrentar chuvas um pouco acima do esperado. As temperaturas máximas podem entrar em ligeiro declínio nos próximos, devido a maior cobertura de nuvens nas horas mais quentes. As noites ainda devem continuar abafadas.

É bom ressaltar que são tendências climáticas sujeitas a alterações e a complexidade da atmosfera. Portanto, as condições do tempo estão sujeito a alterações. De acordo com surgimento de novas variáveis. Portanto, temos uma tendência do tempo e do clima e não uma precisão do tempo e do clima.

Prognóstico  de precipitação do Modelo GFS para o estado de Goiás

Próximos 07 dias

Região
Valores Mínimos (mm)
Valores Máximos (mm)
Norte
75
100
Nordeste
20
50
Centro
100
150
Oeste
150
175
Sul
75
100
Sudoeste
100
150
Sudeste
75
100
Leste
50
125

 Elder Barretto


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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Verão Goiás – 2013



A estação do Verão em Goiás é a mais chuvosa. As temperaturas são elevadas, com grande concentração de umidade, muita nebulosidade e características de tempo abafado. Os meses que compreendem Novembro a Março são chuvosos e com alto valor de precipitação. É neste período que cai a maior quantidade de precipitação no estado. As chuvas são intensas, em forma de aguaceiros ou pancadas fortes de curta duração. Nesta época se propagam grandes áreas de instabilidade provocando chuvas fortes, intensas trovoadas, chance de granizo e rajadas de ventos fortes. Também é muito comum nesta estação ocorrerem períodos de estiagens e veranicos, ou seja, vários dias com ausência de precipitação ou com chuva insuficiente, bem como tempo ensolarado e muito calor. É no verão goiano que atua a Zona de Convergência de Umidade, responsável por episódios chuvosos sobre o estado, sendo que persistido por mais de quatro dias evolui para o fenômeno ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul). Este sistema, muitas vezes, se associa às frentes frias que praticamente se estacionam no Sudeste do Brasil, alimentando o estado de Goiás com vários dias chuva intensa ou contínua. Estas características citadas variam de ano para ano, ou por um ciclo de anos. Há anos com períodos mais chuvosos no estado e outros com chuvas irregulares e menos chuvosos, mas girando em torno de uma curva bem característica que sustenta o clima tropical semiúmido.

Outro sistema atuante sobre o estado de Goiás, principalmente na primeira fase do verão, é Alta da Bolívia. Um sistema de alta pressão em alto níveis, que se desloca para a região Centro Oeste do Brasil, estimulando a convecção na região. Este sistema provoca grandes aguaceiros convectivos no estado nos meses de Dezembro a meados de Fevereiro. Estes aguaceiros podem ocorrer entre o final da manhã e parte da noite, pois neste período as nuvens convectivas estão em alto grau de desenvolvimento e atuação.

Tendência:

Para o verão 2013, no estado de Goiás, os prognósticos apontam para a continuação da irregularidade das chuvas no tempo e no espaço. Portanto, haverá períodos de chuvas mais intensas ou dias chuvosos, intercalados com períodos de tempo mais aberto e pouca chuva; ou estiagem. Os modelos climáticos não apontam para um verão extremamente chuvoso ou com chuvas contínuas ou intermitentes.

A tônica da estação será com fortes pancadas de chuva, acompanhadas de trovoadas, principalmente no período da tarde e parte da noite. Estas chuvas estarão mal distribuídas no tempo e no espaço. Devido à irregularidade de chuvas, pode causar apreensão nos setores agropecuários do estado. Pois algumas regiões do estado tende haver escassez de chuva em certos períodos da estação. Logo não se descarta estiagens e veranicos. O sudeste e parte do leste goiano tende sofrer com esta irregularidade de precipitação nos próximos meses.

Mesmo com as irregularidades na precipitação de forma temporal e espacial, a curva de chuvas nos meses de verão deve ficar entre a categoria ligeiramente abaixo da normal a dentro da normal climatológica. Devido a essas anomalias ou flutuações positivas e negativas da precipitação ao longo dos próximos meses, vai dar a impressão de que estará chovendo bem menos que o esperado. Pois os valores pluviométricos tenderão se concentrar em alguns períodos e faltar em outros.

Do ponto de vista da temperatura, elas estarão acima da média nos próximos meses, sujeito a ondas de calor. As madrugadas estarão bem abafadas, dando sensação de incômodo e de noites mal dormidas. Fará muito calor no norte, noroeste, centro e oeste do estado.

A distribuição maior de precipitação poderá estar nos extremos geográficos norte e sul do estado de Goiás.

Segundo os modelos climáticos, poderemos ter um verão de extremos. As condições mais agudas do tempo devem ser acompanhadas por prognósticos de curto prazo que refletem com mais precisão a realidade. Com isto o leitor deve acompanhar os boletins meteorológicos e alertas emitidos pelos Centros Oficias de Meteorologia.
Em Goiánia, o volume de chuvas ficará abaixo da média, principalmente na primeira metade da estação. As chuvas tendem a convergir para a média na segunda metade da estação. São esperados "pancadões" de final de tarde com trovoadas, e muitas vezes com volumes significativos de chuva, devido ao aquecimento e a umidade disponível na atmosfera. As chuvas estarão acompanhadas de descargas elétricas (raios), ventania e possibilidade de granizo. Chance de temporais violentos. As temperaturas estarão acima da média.

Elder Barretto






Fonte:Cptec - Modelo Eta

Os modelos acima apontam para um trimestre com chuvas abaixo da média climatológica, principalmente em áreas do norte de Goiás. Enquanto que áreas do sudoeste as chuvas devem ficar dentro do esperado para o trimestre. (lembrando que os modelos são voláteis e dinâmicos, sujeito a alterações de acordo com a dinâmica da atmosfera - para isto é necessário acompanhar prognósticos de curto e médio prazo emitidos por institutos oficiais de meteorologia)




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sábado, 3 de novembro de 2012

Resenha de Outrubro 2012 - Goiânia/Goiás


O mês de outubro foi considerado um mês bem quente, ao analisar os últimos 51 anos em Goiânia. Assemelhando-se aos anos de 2002, 2005 e 2007. Na década de 60, do século anterior, tivemos “outubros” quentes como de 1961 e 1963.
Neste mês que passou tivemos anomalias positivas quanto à temperatura, ultrapassando 3°C acima da média na capital e estado de Goiás. Descrevendo o mês, foram dois momentos acentuados: um foi registrado no primeiro decêndio do mês, onde as temperaturas ultrapassaram os 40 °C no oeste, noroeste e norte do estado. O outro pico máximo ocorreu nos seis últimos dias de outubro, onde os termômetros voltaram a bater recordes, superando os 40°C. Em algumas localidades de Goiás registraram-se temperaturas acima de 42°C durante à tarde. Em Goiânia a temperatura máxima absoluta do mês ficou em 38.6°C, inferior aos 38.9°C de setembro, quando foi a máxima do ano de 2012.
Outro vilão meteorológico foi à extrema baixa umidade relativa do ar, que ficou com valores medíocres no primeiro decêndio do mês. No balanço geral o mês fechou com anomalias negativas quanto ao quesito umidade em Goiás, ou seja, foi um mês considerado seco para os padrões.
As chuvas no estado de Goiás se comportaram de forma irregular, localizada e abaixo da média, conforme prognosticado aqui neste blog em posts anteriores. Estas chuvas foram acompanhadas de trovoadas com rajadas fortes de vento, mas mal distribuídas no tempo e no espaço. Geralmente a precipitação no estado varia entre 100 e 180 mm no mês de outubro. Este ano ela ficou na faixa de 50 a 70 mm.
As causas para tais anomalias estão relacionadas com o recrudescimento da Massa Tropical Continental, de característica quente e seca. Esta massa com domicílio no Chaco avançou para o centro oeste e sudeste do Brasil. Nos níveis médios e superiores da atmosfera a circulação era anticiclônica, que impedia o desenvolvimento de nuvens de chuva, e a convecção do ar provindo da superfície. Quando havia convecção, esse desenvolvimento vertical era tímido e localizado, portanto não favorecendo a formação de áreas de instabilidade abrangentes e formação de linhas de instabilidade muito comuns no segundo e terceiro decêndio de outubro. Outro fator é o atraso da formação do canal de umidade entre a Amazônia e o Centro Oeste (ZCOU), que geralmente começa a atuar após 10 de outubro. A partir de Novembro a ZCOU evolui para episódios de ZCAS, onde é responsável pelo alto volume de chuvas no estado.
Mesmo ocorrendo estes fatores anômalos ou oscilantes da atmosfera, está dentro de um ciclo climático normal para o estado, pois o clima se dinamiza entre períodos mais quentes e secos e anos que são mais chuvosos no território goiano. O jogo de massas de ar pelo estado se faz de forma dinâmica a cada ano, mas seguindo padrões climáticos, muitas vezes em forma de ciclos, mas com variantes.
Apesar das anomalias, o território goiano e a capital registraram temporais localizados fortes, com chuvas de mais de 50 mm em algumas estações meteorológicas, rajadas fortes de vento, granizo isolado, surtos de trovoadas intensas. Enfim condições características de um clima tropical na sua fase (face) úmida.
Acima mapa climatológico mês de outubro estado de Goiás - média 30 anos
Fonte: Agritempo
Elder
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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Goiás - Clima em Outubro 2012

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Tendência

Os modelos climáticos prognosticam a próxima estação (primavera) com chuvas dentro da média climatológica e temperaturas acima da média na capital e região metropolitana. As chuvas tendem a ser mal distribuídas no tempo e no espaço. Será um período de fortes temporais e trovoadas. Há possibilidade da atividade elétrica (raios) estar acima da média. Pode haver queda de granizo e rajadas fortes de vento. Período propenso a mudança repentina do tempo.

Haverá chance de incursão de ar frio ao sul e sudoeste do estado, principalmente no início da estação, deixando as temperaturas em declínio. O mês de outubro e primeira semana de novembro tende a ter temperauras mais elevadas do que o normal.

O mês de outubro é considerado como um mês de transição no estado de Goiás. É um mês que se direciona para o período chuvoso. As chuvas abundantes, geralmente caem a partir da segunda quinzena. Climatologicamente, outubro tem uma precipitação que varia entre 100 a 180 mm, dependendo da região do estado. As chuvas ainda são mal distribuídas no tempo e no espaço. Também é comum ocorrer dias consecutivos de estiagem, com temperaturas bem elevadas. Muitas vezes, em outubro e setembro, ocorrem o pico máximo de temperatura, principalmente quando atua, com intensidade, a massa tropical continental, de característica quente e seca. É no mês de outubro, devido ao aquecimento atmosférico e a umidade disponível, que ocorrem fortes temporais no final da tarde e parte da noite. Geralmente as áreas de instabilidade formam nuvens convectivas profundas e se deslocam do sentido noroeste-sudeste e oeste-leste. São chuvas pesadas, acompanhadas de descargas elétricas (raios) e até formação de granizo. Neste mês, também surge, com certa frequência, o canal de umidade entre a Amazônia e o Centro Oeste, estabelecendo assim as primeiras Zonas de Convergência de Umidade (ZCOU).

Segundo os simuladores de médio prazo, o mês de outubro poderá ter dois cenários:

O primeiro será quente e seco, devido atuação de uma massa de ar de natureza quente e seca. Estas condições de tempo devem ocorrer na primeira quinzena do mês, principalmente entre o dia 1° e o dia 10.

O segundo cenário mais úmido e instável, ocorrerá a partir da segunda quinzena do mês. O tempo instável trará fortes trovoadas e alguns dias chuvosos. As chuvas serão mal distribuídas no tempo e no espaço. A tendência é de que haja chuva no intervalo - abaixo da média em algumas regiões e dentro da média climatológica em regiões do sul e sudeste de Goiás

A temperatura se comportará acima da média em grande parte das regiões goianas. Sendo que o norte e noroeste do estado registrarão os maiores desvio de temperatura. Há possibilidade de ocorrer recorde de temperatura do ano em algumas localidades. Também não se descarta alguma esporádica incursão de ar mais frio em parte do sul e sudoeste do estado.

Os primeiros dias de outubro em Goiânia serão secos e quentes, com temperaturas acima da média histórica.

Elder

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Prognóstico de Primavera (2012) para o Estado de Goiás


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Caracterização:

A primavera em Goiás é marcada pela transição de um período seco para um período chuvoso. Geralmente as chuvas abundantes e frequentes ocorrem a partir do último decêndio de outubro. Novembro e dezembro já são marcados pelo estabelecimento do período chuvoso no estado. Do ponto de vista climatológico da precipitação as chuvas se distribuem em média de 50 mm em setembro, 150 mm em outubro, 230 mm em novembro. Portanto, há um incremento gradativo da estação das chuvas.

Quanto ao comportamento da temperatura, esses meses são marcados normalmente por picos máximos de temperatura. É considerado o trimestre mais quente do ano no estado. De maneira esporádica, no inicio da estação, ocorre alguma incursão de ar frio no sul e sudoeste do estado, promovendo declínio de temperatura. Geralmente estas incursões não duram mais que 48 horas.

Os três meses primaveris são marcados por tempo instável, virada repentina de tempo, ocorrência de fortes temporais entre o fim da tarde e durante á noite, devido às condições favoráveis de temperatura e umidade. 

É muito comum a formação e propagação de grandes áreas de instabilidade durante a noite e madrugada. Geralmente elas se propagam de noroeste para sudeste ou de oeste para leste. Estas áreas podem ser responsáveis por volumes significativos de chuva. Na primavera também ocorre trovoadas intensas, devido aos altos índices de instabilidade da atmosfera. Há anos que a incidência de descargas elétricas (raios) é bem maior nas regiões goianas.

Geralmente a partir de outubro aumenta o transporte de umidade oriundo da Amazônia, com o deslocamento da massa de ar equatorial continental, de natureza quente e úmida. Ao se deslocar mais para o sul, ela proporciona um canal de umidade entre a Amazônia e o estado, muitas vezes se associa a frentes frias de caráter semi-estácionaria, que se deslocam pelo sudeste do país. O estabelecimento do canal de umidade favorece a criação de uma Zona de Convergência de Umidade, com propagação de noroeste para sudeste, sendo responsável por volumes elevados de chuva. A persistência deste canal de umidade por vários dias culmina na formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). A ZCAS tem atuação com maior certeza a partir do inicio de novembro. Ela também é responsável por acumulados elevados e dias seguidos de chuva.

Prognóstico de Primavera:

Chuva: A primavera em Goiás será instável, com grande atividade elétrica (raios). As trovoadas devem ocorrer acima da média. Pois a atmosfera estará mais carregada e com índices de instabilidade bem mais favoráveis a ocorrência do fenômeno. Será um período onde os temporais estarão mais ativos do que o de costume.

De acordo com a distribuição e intensidade da chuva, neste período podem ocorrer chuvas intensas, acima de 75 mm em 24 horas. Elas estarão mal distribuídas no tempo e no espaço. Quanto ao volume, a precipitação deve ficar dentro da média.

Não se descarta ocorrência de estiagem (5 a 7 dias sem chuva) ou veranico (mais de 7 dias sem chuva com temperaturas elevadas)

Há possibilidade de ocorrência de granizo em áreas isoladas.

Temperatura: Os termômetros estarão marcando temperaturas acima da média em todas as regiões goianas. Haverá dias com altas temperaturas. São possíveis valores recordes anuais neste período, principalmente no oeste, noroeste e alguns setores do norte de Goiás.

O inicio da estação, terá temperaturas nos patamares normais. À medida que se for consolidando a estação haverá aumento de temperatura. Mais para o ultimo terço da estação a temperatura volta a ficar dentro dos padrões normais.

Ventos: os próximos meses podem ser marcados por ocorrência de ventanias e rajadas fortes de vento. Pois os mesmos serão componentes das tempestades que irão ocorrer. Os ventos estarão acima da média.

Conclusão: Os próximos meses no estado de Goiás serão com temperaturas acima da média, chuva dentro da normal climatológica, porém intensa e sujeito a trovoadas fortes, rajadas fortes de vento e queda de granizo. A precipitação estará mal distribuída no tempo e no espaço.


 
Fonte: CPTEC/INMET


Elder

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