terça-feira, 24 de setembro de 2013

Análise do mês de Agosto 2013


Resenha do Mês de Agosto 2013

Costumeiramente o mês de agosto é considerado como o mais seco do ano, principalmente quando se usa o critério de índices de umidade relativa do ar. Já no volume de chuva e distribuição temporal destas chuvas, não podemos dizer que é o mais severo ou o mais seco, perdendo, portanto para o mês de julho. É que as condições de secura estão tão saturadas e a paisagem geográfica anota debilidade extrema, levando-nos a incorrer em alguns erros, ou dar uma aparência de ser o mais seco. Lembrando também que não podemos tecer conclusões absolutas desta análise, devido à dinâmica oscilante do clima entre um ano e outro, ou entre períodos de anos estudados.
Abaixo está uma comparação por parâmetros climatológicos para o estado de Goiás:

Mês
Chuva (mm)
Dias com chuva
U.R 18 UTC
T. Máxima
T. Mínima
Julho
9,5
1
37%
28.0°C
13.6°C
Agosto
17,2
2
31%
30.3°C
15.5°C
Setembro
50.0
6
36%
31.0°C
17.6°C

 
A climatologia mostra que o mês de agosto dá continuidade a dinâmica de estabilidade atmosférica e ao período seco que começa na segunda quinzena de abril. O auge da secura do ar se faz entre os meses de julho a setembro. É neste mês que o Anticiclone do Atlântico Sul se aproxima (em média) mais do litoral sudeste do Brasil e promovendo divergência do ar para o interior do continente,  causando e dando certa monotonia climática em grande parte do Brasil, principalmente nas regiões Sudeste, Centro Oeste interior do Nordeste Brasileiro. A ação do Anticiclone faz com que os ventos vindos das direções leste, sudeste e nordeste atuem sobre o estado de Goiás, com natureza seca (diferente da natureza, quando ele joga umidade para a franja Atlântica do Sul e Sudeste Brasileiro). De acordo com a intensidade dos ventos que chegam à Goiás, é moderada no leste com rajadas principalmente pela manhã; e de intensidade fraca a moderada nas demais regiões do estado. Esta dinâmica concorda com a observação popular de agosto e parte de setembro ser ventoso. (notando até a formação de redemoinhos no cerrado e lotes baldios das cidades).

Esta monotonia climática estabelecida pelo ASAS há meses, às vezes foi quebrada por passagem de frentes frias pelo litoral ou setores orientais do Brasil que por certo influenciou o interior Brasileiro, deixando escapar alguns eventos chuvosos ou permitindo incursões de massas de ar polar, permitindo o acentuado declínio da temperatura, principalmente no oeste do Centro Oeste Brasileiro, Sul e Sudoeste Goiano.

Neste ano de 2013 não tivemos episódios, de escala global, que influenciassem a dinâmica climática do mês de agosto em Goiás. As águas superficiais do Oceano Pacífico estão variando num intervalo de neutro a ligeiramente frio, mas ainda sem episódio ENSO. As Águas do Atlântico se comportaram de forma mais quente em julho e tendendo a normalidade no mês que passou.

ATMOSFERA:

Na alta atmosfera persistiram as condições de subsidência e giro anti-horário dos ventos, não deixando praticamente que houvesse formação de nuvens de chuva. Esse giro anticiclonal acabou por sustentar em superfície uma crista do ASAS sobre o centro-leste do estado, trazendo mais frescor do que o de costume, umidade baixa, mas não tão extrema as verificadas em anos anteriores.

A influência do ASAS, já com suas características modificadas, devido à continentalidade se misturou a uma massa de ar de característica quente e seca (tropical continental), estimulando o aumento das temperaturas em alguns dias.

No mês de agosto de 2013, tivemos a incursão por duas vezes de ar polar, provindo do sul do Brasil. Sendo que a atuação destas massas polares causaram eventos adversos no sul do Brasil, como a neve no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

TEMPERATURA

As temperaturas médias buscaram uma curva para o centro, ou seja, se comportando dentro da normalidade, muito diferente de julho onde apesar da ocorrência de um forte episódio frio, no final do mês, as temperaturas se comportaram acima da média. Se tentarmos estudar a trajetória do inverno goiano neste ano, podemos afirmar que o inverno daqui veio impondo as suas características, com episódios mais frios, numa escala evolutiva e linear ao longo dos meses de junho, julho e agosto. Analisando as particularidades de cada mês, junho foi o mês que teve o maior desvio positivo do trimestre, dando a impressão de mês quente. Já agosto que tem fama de ser um mês quente ou em fase de esquentamento, foi fresco para o padrão do mês.

Em Junho não houve nenhuma incursão polar pelo estado. Julho, tivemos 01 incursão polar – uma forte massa de ar frio que fez tremer o sul e sudeste do Brasil, inclusive com neve em vários municípios do sul do Brasil. Ao passo que Agosto foram observadas 02 incursões de massas polares. Portanto houve uma inversão ou um atraso do caminho destas massas de ar de frio severo até o Centro Oeste.

As temperaturas máximas se comportaram dentro da média histórica. Em algumas localidades ficaram abaixo da média. Ressaltando que o setor oeste e noroeste do estado foram os que registraram maior temperatura do mês; chegando a 38.7°C de máxima. Tradicionalmente estas regiões do estado esquentam primeiro ao adentrar agosto e é menos suscetíveis a ação direta ou indireta às massas polares neste mês.

No comportamento das temperaturas mínimas, como de costume, o sudoeste goiano registrou as temperaturas mais baixas, a exemplo de Rio Verde e Jataí, onde os termômetros bateram na casa de 5°C durante a madrugada.. Mas se usarmos o critério de médias, os setores acima de 900 metros do Planalto Central foram mais frios neste mês, uma vez que estava à mercê da atuação mais frequente do ASAS, Altitude e influência da Massa Polar Atlântica.
Observação: Depois de mais de 50 anos, este ano foi o que ocorreu mais dias de neve no sul do Brasil.

UMIDADE:
Devido à formação do bolsão de ar seco que se espalhou pelo interior do Brasil, fruto da modificação das características originárias das massas de ar que atuam no inverno brasileiro, devido à continentalidade, ocorreu em território goiano vários dias de baixa umidade do ar. A mais baixa umidade relativa do ar registrada pelas estações convencionais ficou com o Aeroporto de Goiânia 12% às 15 horas. Pelas estações automáticas do INMET foram observados episódios esporádicos na casa de 11% em poucas cidades do norte. Situação bem diferente se comparado ao ano passado, onde os índices de umidade por volta das 15 horas bateram incríveis 7% em muitas localidades.

CHUVA

A PRECIPITAÇÃO FICOU ABAIXO DA NORMAL CLIMATOLÓGICA, apesar de ter adentrado 03 frentes frias pelo território goiano, sendo que uma atuou apenas no extremo sudoeste goiano. O ramo chuvoso praticamente não passou por Goiás. Entre 17 e 19 foram registradas chuvas fracas no estado, sendo que o maior valor não ultrapassou a 4 mm. No último dia de Agosto a estação de Jataí captou 2.6 mm. Também foram observados núcleos de chuva isoladas e passageira em alguns municípios do sudoeste e setor ocidental do sul goiano. Pelo menos quebrou uma sequência de 03 últimos anos onde Agosto não choveu.
Este quadro de monotonia climática ou de bloqueio das chuvas perdurou até por volta de 15 de setembro, onde uma forte frente fria, de deslocamento rápido trouxe chuvas significativas para o estado Goiás. Após passagem da frente fria, o espaço foi ocupado pela massa tropical continental, de características quente e seca, trazendo temperaturas bem elevadas no estado, ou seja, bem acima da média.

Elder

Fonte:CPTEC
 
 
Fonte: INMET
 


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