PRIMAVERA 2013
Fonte e Créditos: CPTEC/INMET
A primavera astronômica começou
no último 22 de setembro, mas ainda com características da estação anterior, ou
seja, seca. Antecipando a transição de uma estação a outra, ocorreram chuvas
significativas por volta do dia 17 de setembro devido à passagem de uma intensa
frente fria que se deslocou de regiões subtropicais em direção ao Centro Oeste. Batizando a primavera propriamente dita, um sistema frontal semi-estacionário passou por Goiás, no finalzinho do mês de setembro e início de outubro, trazendo também chuvas significativas, principalmente no centro-sul do estado.
A primavera é uma estação de
transição do período mais seco para o mais chuvoso. Esta estação, no estado de
Goiás, não se manifesta em sua plenitude aos moldes das regiões temperadas.
Podemos dizer que temos uma primavera "a moda goiana ou a moda intertropical".,
Alguns
fatores que evidenciam a estação:
·
Transição do período seco para o chuvoso.
·
Troca da folhagem do cerrado e das matas ciliares.
Aparecimento de flores típicas da região, devido a declinação do Sol, mais
próximo aos trópicos e ao maior foto período.
·
É a época do ano onde ocorrem extremos de
temperaturas máximas.
·
A média das temperaturas mínimas é elevada.
·
Aumento da umidade relativa do ar, que no
inverno atinge valores críticos.
·
Rompimento do bloqueio atmosférico, que atua com
insistência desde meados de abril.
·
Estação das intensas trovoadas e fortes
instabilidades, que atuam de noroeste para sudeste ou de sudoeste para nordeste.
Podem ocorrer mudança de tempo repentinamente.
·
No contraponto das chuvas, em certos anos, temos
a atuação da depressão do Chaco de maneira mais acentuada, principalmente na sua primeira metade. Esse sistema é
responsável por episódios quentes e secos, bem como estiagem (acima de 5 dias
sem chuva) ou até veranico (ausência de chuva por mais de 07 dias). Quando a
Depressão do Chaco ou Massa Tropical Continental está expandida as temperaturas
chegam aos extremos.
·
Incursões de áreas de instabilidade propagadas
por ventos de baixos níveis – da direção norte – oriundos da Amazônia.
·
A partir da segunda quinzena de outubro começam
atuar sistemas muito úmidos; como Massa Equatorial Continental, trazendo
fenômenos ou sistemas meteorológicos como a Zona de Convergência de Umidade,
culminando em episódios de ZCAS a partir de Novembro. Período propício a chuvas
intensas (acima de 75 mm em 24 horas)
·
Atuação da Alta da Bolívia, que trazem sistemas
convectivos de chuva intensa a partir de meados de Novembro.
·
Em anos onde a primavera é mais chuvosa há
episódio de chuvas contínuas, devido maior organização da Zona de Convergência
alinhada ao sistema Alta da Bolívia. (Esses fenômenos ocorrem com mais
frequência na primeira metade do verão goiano).
Geralmente as
chuvas de primavera são resultantes do aquecimento atmosférico diurno, ou
desenvolvimento de áreas de instabilidade, culminando em chuvas convectivas de intensidade
moderada a forte, principalmente na parte da tarde, se estendendo pela noite.
Chuvas oriundas de sistemas frontais podem ocorrer no inicio da estação. Devido
à diferença de temperatura das camadas mais baixas e as mais altas, podem
ocorrer intensos temporais de curta duração, uma vez que a umidade é favorável à
ocorrência do fenômeno. Esses temporais podem estar acompanhados de ventania,
granizo e trovoadas intensas, provocados pelo gradiente de pressão ou por uma
atmosfera muito turbulenta. Podemos chamar estas chuvas convectivas de
temporais localmente fortes.
Não há um padrão
específico para determinar os valores médios dos parâmetros do tempo neste
intervalo, uma vez que esta estação se comporta de forma diferente entre os
anos, devido a tropicalidade e a continentalidade do território goiano. Tudo vai
depender da dinâmica regional das massas de ar, como dos padrões globais
estabelecidos, que indiretamente influenciam o clima no Centro Oeste.
Tendências para
Primavera de 2013.
Capital e
Região Metropolitana de Goiânia:
Chuva
– deve-se comportar dentro da média histórica, com possibilidade de alguns
intervalos de estiagem. Há possibilidade de que o final de estação seja com
precipitação acima da média. Os temporais podem estar acompanhados de ventania
e granizo.
* Há chance de chuvas intensas ou fortes tempestades de caráter local. (período mais propício: parte da tarde, noite ou madrugada)
Portanto devemos acompanhar:
Os avisos meteorológicos emitidos pelos Institutos de Meteorologia. Também acompanhar a previsão de tempo no curto prazo (24 a 48 horas). As chuvas volumosas ou intensas não podem ser previstas com muita precisão no médio e longo prazo. Há necessidade de acompanhamento da sua formação por radares meteorológicos, imagens de Satélites e análise antecipada de 3 a 24 horas feita pelos meteorologistas.
Temperatura
– os termômetros devem marcar temperaturas acima da média,
principalmente na primeira metade da estação, e ligeiramente acima da média no restante da estação.
Goiás
Chuva –
as chuvas ficarão dentro do esperado para estação. Pode ocorrer estiagem acima
de 07 dias em localidades do norte e nordeste goiano. Possibilidade de granizo
e ventos localmente fortes no centro-sul goiano. Podem ocorrer temporais volumosos num curto espaço de tempo.
Temperatura
– deve ficar acima da média na maior parte das regiões goianas e ligeiramente
acima da média no leste e sudeste goiano.
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